quinta-feira, 17 de janeiro de 2008













Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo,nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo,o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão, para os fracassos, chance, para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando,fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007





















Há momentos onde o cansaço excede a esperança de estar em paz. Há momentos onde a tristeza alcança a doce alegria que nos acompanha. Há momentos onde a desistência fala mais alto, restando-nos o vazio, a espera. Há momentos onde somos obrigados a dar limites, quando na realidade gostaríamos de seguir livres pelos caminhos que escolhemos. Há momentos onde falar mais alto parece ser mais importante que calarmos na doçura do silêncio e da compreensão. A paz não é vazia, anterior a ela existe um longo aprendizado, por isto a necessidade de tantos momentos vividos...Dá alívio saber que nada é para sempre. Dá alegria saber que tudo é passível de mudanças. Dá tranquilidade saber que podemos aprender e re-aprender, lapidando dia a dia a pedra bruta que oculta o diamante que trazemos dentro de nós. Renascer a cada momento, eis a fonte da onde brota o conhecimento tão necessário para que possamos seguir cada vez mais confiantes e serenos.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007












É um rasto de dor que atormenta e destrói COMO UM CANCRO se alastra e cria ramificações, ISTO o que define traição......para mim! Não existe a meu ver, razão para tal doença existir, a não que a pessoa que a pratica, seja podre, pobre de espírito .Podre, pois em tudo o que toca estraga, pois esse é seu estado de existência. Pobre de espírito, pois jamais saberá diferenciar a luz da escuridão, o bom do mau, a força da fraqueza, o verdadeiro do falso. Fraca, pois nunca saberá lutar e pior, nunca vai acreditar, isto em todos os sentidos da palavra, jamais terá conhecimento do significado amar livremente. Pessoas assim...Não merecem ser felizes, não merecem um olhar, de ninguém, muito menos uma palavra de conversa sobre o tema, jamais assumiriam como sendo um desiquilíbrio do foro psiquiátrico, como uma ida urgente e necessária a um terapeuta, que por sua vez, poderia tentar fazer perceber que o mal está no doente...nunca no parceiro. Este tipo de disfunção, acontece com tanta frequência hoje em dia, que quase é visto como algo normal, resultado da vida stressante, da falta de tempo, do diálogo surdo, da percepção cega, da vontade muda. Enfim as vezes falta de dignidade da pessoa que a pratica e que não tem coragem de assumir essa sua intenção...Já que nada existe que a proiba realmente de a praticar, porque não optar por ser simplesmente promíscuo, insatisfeito, indeciso, mas só....sem uma relação assumida, sei lá, qualquer coisa desde que não envolva a estabilidade e fictícia segurança de alguém que acredita numa pessoa destas? Sinto-me revoltada, triste, magoada, pois conheço alguém assim, completamente deturpado e arredado da realidade destes pensamentos, os meus...somente meus, talvez.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

AUSENTE





















Quando o amor existe
A ausência é proibida
Ele é eterno e belo
Quando por dois é vivido


Pois o amor é sagrado
Não se pode ausentar
Pois quando isso acontece
O coração fica a sangrar


O amor é espírito da vida
Sua grandeza nos faz sonhar
Sensação pura e bela
Esperança de amar.


Amar é sofrer e dor
Muitas vezes nos faz chorar
Quando a razão é triste e dura
Sabemos que se vai ausentar

terça-feira, 6 de novembro de 2007

















No rosto uma incerteza, nas mãos a dúvida, entre o que eu desejo e o que possuo, o medo, entre o meu sonho e a realidade, uma barreira, entre a vida e a morte, uma sombra, entre o dia de hoje e o passado, um vazio. e por fim, a constatação: não é fácil viver. Talvez seja pela falta de um manual, o ser humano parece ser complicado demais, e a sua simplicidade é apenas externa, queremos sempre mais do que não temos, não valorizamos como deveríamos os momentos, somos rápidos para comemorar, dando pouco valor, e nos demoramos demais na dor... A vida ensina sim, mas por vezes, a custa de muita dor e sofrimento, e nem sempre entendemos o recado transmitido, e voltamos a cometer os mesmos erros, e sofremos, e choramos e até nos entregamos, e vivemos para perguntar: por quê? Quanta dor poderia ser poupada? Não sei... Acredito que pouca, pois "somos desbravadores de nós mesmos", temos esse delicioso e perigoso poder de decidir, somos nós que escolhemos nossos caminhos, e é por isso que o dia termina com a noite, com o convite a reflexão: o que fizemos do nosso dia? E bate aquele desejo de mudar, de querer fazer melhor, de ser feliz, de vencer, conquistar, amar e ser amado, e é esse sentimento que nos move, que nos agiganta, que os tolos chamam simplesmente de sonhos, mas nós, calejados pela dor, chamamos de "ESPERANÇA".

domingo, 4 de novembro de 2007

POUCAS COISAS...





















Poucas coisas doem tanto. Poucas coisas fazem tanto mal a ponto de tirar muitas vezes a vontade de viver.
Se estamos doentes, vamos a um médico, fazemos tratamento, esperamos pacientemente nossa cura. Mas estar doente de amor é outra coisa. Não há médico que resolva, não há remédio que possa curar. Não há conselho que valha.
Quando um amor chega, ele traz na bagagem muita coisa. Mais ainda do que todas as nossas noites de sonhos poderiam sonhar. O amor é sempre mais do que o que esperamos quando ainda não sabemos nada dele.
E quando ele parte, vai levando também nossos sonhos e nossa visão do amanhã. Arranca de nós de forma bruta a felicidade que se estava construindo, aquele mundo desconhecido que estávamos desbravando com tanta coragem. E sem anestesia, sem preparação. Por isso dói tanto e tanto.
Quando amamos alguém inteiramente, entregamos a essa pessoa um pedaço do nosso ser. E quando essa pessoa se vai, a impressão que temos é que esse pedaço vai junto. Por isso essa sensação de vazio no interior. E por isso também essa idéia de que nunca mais amaremos, como se o mundo não fosse uma casa repleta de portas e janelas abertas.
As lágrimas que encobrem nossos olhos, nos impedem de ver o exterior, de ver à frente. Só olhamos pra trás, o que foi vivido, o que foi sonhado; só olhamos pra dentro, o que não temos mais. E uma enorme sensação de solidão toma conta da gente.
As pessoas a volta nem sempre compreendem. Como é possível amar tanto assim? Como é possível se entregar a esse ponto de se perder? E essa incompreensão do mundo que nos cerca aumenta ainda mais nossa sensação de vazio e pequenez.
Precisamos nesses instantes de mãos que segurem nossas mãos para nos ajudar a atravessar esse período, não de pessoas que nos julguem. Precisamos de pessoas que, mesmo em silêncio, nos ajudem a sonhar novamente, a descobrir ainda as belezas que o mundo nos propõe. O mundo é ilimitado, mesmo se em alguns instantes só conseguimos ver limites.













Acho que sabemos que amamos verdadeiramente uma pessoa quando a vemos partir, isso nos parte em mil, e ainda assim desejamos que ela seja feliz, mesmo se nossos mil pedaços vagam chorando em cada canto. Só o amor nos torna seres assim tão superiores, capazes de tanta grandeza.
Desejar a felicidade de quem magoou nosso coração não é assim coisa tão fácil. Exige de nós uma força extraordinária. Uma luta se trava em nós: parte nos empurra, nos cega para o bom e abre nosso coração à mágoa e outra parte se enche de ternura com as lembranças do que de bom vivemos. É nosso eu doente e nosso eu são dentro de um mesmo espaço e cada qual tentando falar mais alto. Como desejar a felicidade de quem nos feriu? Como passar por cima? Não somos santos, é o que nos dizemos. Somos feitos de carne, osso, alma e coração. Temos sentimentos... e os bons ficam assim tão miúdos quando os maus aparecem...
Só mesmo um coração maior que nós e nosso eu para vencer uma luta como essa. Só mesmo um amor sem tamanho e uma bondade sem limites.
O amor é uma água bendita! Ele lava as mágoas, ele purifica, deixa branco, sem mácula. Se você for capaz de perdoar a alguém que feriu seu coração e ainda desejar a felicidade dele, saiba que o amor é o dom maior que vive no seu ser e que você é uma pessoa bem-aventurada!
E pessoas bem-aventuradas não só caminham com a felicidade do lado, elas caminham de mãos dadas com ela e vai chegar fatalmente o dia em que essa felicidade vai abraçá-las.